sábado, 11 de setembro de 2010

ESTUDANDO, INTERAGINDO E OBSERVANDO COM MINÚNCIA - VIDAS SECAS.

VIDAS SECAS

DE GRACILIANO RAMOS

Escrito por: RAIMAR SANTOS DA CONCEIÇÃO LEITE.


Fabiano, vaqueiro, homem rústico e analfabeto, trabalhador, gosta de muito beber e jogo, perde dinheiro nesse vício. Sinhá Vitória, mulher resignada e fiel ao marido, admira seu Tomás da bolandeira (grande roda puxada por animais que move o rodete de ralar mandioca) por saber ler e ter uma cama de lastro de couro, deseja ir a terras distantes para os filhos aprenderem o alfabeto, serem homens de leitura, terem vida melhor. O filho mais novo deseja ser vaqueiro como o pai e o admira. O filho mais velho deseja saber o sentido das palavras. Ambos gostam de brincar com a cachorra Baleia em torno da tapera. Há também um soldado amarelo, representação do poder governamental, e que prende Fabiano arbitrariamente.
Começam a jornada e suas aventuras de sequidão e fome como retirantes de um lugar inóspito, marchando léguas dentro da caatinga, na estiagem, urubus circulando na atmosfera sobre carcaças de vidas mortas ou morrendo, até encontrarem juazeiros e uma casa de fazenda que parecia abandonada. O proprietário chega e explora o trabalho de Fabiano, passam a cuidar do gado do patrão, a seca os vitima na dura realidade e voltam à estrada como retirantes.
O narrador está em terceira pessoa, heterodiegético, foco onisciente, ouve o pensar dos personagens de parca comunicação (falam em grunhidos, resmungos, para economizar energia), as suas aflições, angústias, esperança.
O romance Vidas Secas de Graciliano Ramos é composto de 13 capítulos: Mudança; Fabiano; Cadeia; Sinhá Vitória; O menino mais novo; O menino mais velho; Inverno; Festa; Baleia; Contas; O soldado amarelo; O mundo coberto de penas; Fuga.


Capitulo I – Mudança.


Estão em busca de alguma terra prometida a mais de 3 léguas (cerca de mais de 6 km). Avistam ao longe pelos galhos pelados da caatinga os juazeiros, oásis daquela família andante, nômade, em meio ao nordeste seco, em prolongada estiagem. Há vôo de urubus sobre bichos moribundos. "Sinhá Vitória estirou o beiço indicando vagamente uma direção e afirmou com alguns sons guturais que estavam perto". Eram seis viventes (Fabiano (o vaqueiro), Sinhá Vitória (sua mulher), o menino mas novo, o mais velho, a cadela Baleia, e o papagaio). A meio do caminho o papagaio morreu e foi comido. Chegaram aos juazeiros e a uma fazenda parecendo abandonada, com uma tapera. Encontraram água salobra, beberam. Baleia caçou um preá e trouxe solidária nos dentes para fartar a fome de todos ("Sinhá Vitoria beijava o focinho de Baleia, e como o focinho estava ensanguentado, lambia o sangue e tirava proveito do beijo.").



Capitulo II – Fabiano.

O vaqueiro tinha a sua crença. Supôs distinguir pisadas de uma novilha na areia. "Cruzou dois gravetos no chão e rezou. Se o bicho não estivesse morto, voltaria para o curral, que a oração era forte". E fumava: "Tirou do aió um pedaço de fumo, picou-o, fez um cigarro com palha de milho, acendeu-o ao binga". "Era apenas um cabra ocupado em guardar coisas dos outros. (...) - Você é um bicho, Fabiano. (...) Sim senhor, um bicho, capaz de vencer dificuldades".
Na tapera "passara uns dias mastigando raiz de imbu e sementes de mucunã. Viera a trovoada. E, com ela, o fazendeiro, que o expulsara. Fabiano (...) oferecera os seus préstimos (...) E o patrão aceitara-o (...) Agora Fabiano era vaqueiro. (...) O corpo do vaqueiro derreava-se, as pernas faziam dois arcos, os braços moviam-se desengonçados. Parecia um macaco. (...) só se dava bem com animais. Os seus pés duros quebravam espinhos e não sentiam a quentura da terra. Montado, confundia-se com o cavalo, grudava-se a ele. E falava uma linguagem cantada, monossilábica e gutural, que o companheiro entendia. (...) Às vezes utilizava nas relações com as pessoas a mesma língua com que se dirigia aos brutos - exclamações, onomatopéias. Na verdade falava pouco".
"Lembrou-se de seu Tomás da Bolandeira. (...) Ele, Fabiano, muitas vezes dissera: - seu Tomás, vossemecê não regula. Para que tanto papel? (...) Não sabia mandar: pedia. (...) Os outros brancos eram diferentes. O patrão atual, por exemplo, berrava sem precisão (...) descompunha o vaqueiro. (...) Sinhá Vitória desejava possuir uma cama igual a de seu Tomás da Bolandeira".
"Se a seca chegasse, não ficaria planta verde. Arrepiou-se. (...) Não queria morrer. Ainda tencionava correr mundo (...) Estava escondido no mato como tatu (...) governado pelos brancos, quase uma rês na fazenda alheia". "Indispensável os meninos estarem no bom caminho, saberem cortar mandacaru para o gado, consertar cercas, amansar brabos. Precisavam ser duros, virar tatus".



Capitulo III – Cadeia.

Fabiano, um homem desconfiado: "tinha ido a feira da cidade comprar mantimentos. Precisava sal, farinha, feijão e rapaduras. Sinhá Vitória pedira além disso uma garrafa de querosene e um corte de chita vermelha. Mas o querosene de seu Inácio estava misturado com água, e a chita da amostra era cara demais. Fabiano percorreu as lojas, escolhendo o pano regateando um tostao em côvado, receoso de ser enganado. Andava irresoluto, uma longa desconfiança dava-lhe gestos oblíquos. A tarde puxou o dinheiro, meio tentado, e logo se arrependeu, certo de que todos os caixeiros furtavam no preço e na medida."

Gosta de uma boa cachaça, não com água: "dirigiu-se a bodega de seu Inácio, onde guardara os picuás. Ai certificou-se novamente de que o querosene estava batizado e decidiu beber uma pinga, pois sentia calor. Seu Inácio trouxe a garrafa de aguardente. Fabiano virou o copo de um trago, cuspiu, limpou os beiços à manga, contraiu o rosto. Ia jurar que a cachaça tinha água. Por que seria que seu Inácio botava água em tudo? perguntou mentalmente. Animou-se e interrogou o bodegueiro: - Por que é que vossemecê bota água em tudo? Seu Inácio fingiu nao ouvir."
O Soldado amarelo e o jogo a dinheiro; o desafio: "um soldado amarelo aproximou-se e bateu familiarmente no ombro de Fabiano: - Como é, camarada? Vamos jogar um trinta-e-um lá dentro? Fabiano atentou na farda com respeito e gaguejou, procurando as palavras (...) Levantou-se e caminhou atrás do amarelo, que era autoridade e mandava. Fabiano sempre havia obedecido. (...) os dois homens sentaram-se, o soldado amarelo pegou o baralho. Mas com tanta infelicidade que em pouco tempo se enrascou. Fabiano encalacrou-se também. Sinhá Vitoria ia danar-se, e com razão. Ergueu-se furioso, saiu da sala, trombudo. "Espera ai, paisano, gritou o amarelo." Fabiano, as orelhas ardendo, não se virou. Foi pedir a seu Inácio os trocos que ele havia guardado, vestiu o gibão, passou as correias dos alforjes no ombro, ganhou a rua. (...)Que desculpa iria apresentar a Sinhá Vitoria? Forjava uma explicação difícil. (...) Os parceiros o tinham pelado no trinta-e-um. Mas não devia mencionar o jogo. (...) um empurrão, atirou-o contra o jatobá. A feira se desmanchava; escurecia; o homem da iluminação, trepando numa escada, acendia os lampiões. A estrela papa-ceia branqueou por cima da torre da igreja; o doutor juiz de direito foi brilhar na porta da farmácia; o cobrador da prefeitura passou coxeando, com talões de recibos debaixo do braço; a carroça de lixo rolou na praça recolhendo cascas de frutas; seu vigário saiu de casa e abriu o guarda-chuva por causa do sereno; Sinhá Rita louceira retirou-se. (...)Fabiano estremeceu. Chegaria a fazenda noite fechada. Entretido com o diabo do jogo, tonto de aguardente, deixara o tempo correr. E não levava o querosene (...) Outro empurrão desequilibrou-o. Voltou-se e viu ali perto o soldado amarelo, que o desafiava (...) moderou a indignação. Na catinga ele às vezes cantava de galo, mas na rua encolhia-se.
Sentou-se num canto rosnando: "A autoridade [o soldado amarelo] (...) não achando pretexto plantou o salto em cima da alpercata do vaqueiro. (...) continuou a pisar com forca. Fabiano impacientou-se e xingou a mãe dele. Ai o amarelo apitou, e em poucos minutos o destacamento da cidade rodeava o jatobá. (...) Fabiano marchou desorientado, entrou na cadeia. (...) uma lamina de facão bateu-lhe no peito, outra nas costas. Em seguida abriram uma porta, deram-lhe um safanão (...) Fabiano ergueu-se atordoado, cambaleou, sentou-se num canto, rosnando - Hum! hum!"
"Sinhá Vitória punha sal na comida. Abriu os alforjes novamente: a trouxa de sal não se tinha perdido. Bem. Sinhá Vitória provava o caldo na quenga de coco. E Fabiano se aperreava por causa dela, dos filhos e da cachorra Baleia, que era como uma pessoa da família, sabida como gente."
"deu marradas na parede. Era bruto, sim senhor, nunca havia aprendido, não sabia explicar-se. Estava preso por isso? Como era? Então mete-se um homem na cadeia porque ele não sabe falar direito? Que mal fazia a brutalidade dele?" (foi por um dia, cap. 8 - a festa: "Lembrou-se da surra que levara e da noite passada na cadeia.")
"Agora Fabiano conseguia arranjar as idéias. O que o segurava era a família. (...) Se não fosse isso, um soldado amarelo não lhe pisava o pé não. (...) Sem aqueles cambões pesados [pendurados ao pescoço], não envergaria o espinhaço não, sairia dali ////como onça ////e faria uma asneira. Carregaria a espingarda e daria um tiro de pé de pau no soldado amarelo. Não. O soldado amarelo era um infeliz que nem merecia um tabefe com as costas da mão. Mataria os donos dele. Entraria num bando de cangaceiros e faria estrago nos homens que dirigiam o soldado amarelo. Não ficaria um para semente. (cap. 7 - Inverno: "Algum tempo antes acontecera aquela desgraça: o soldado amarelo provocara-o na feira, dera-lhe uma surra de facão e metera-o na cadeia. Fabiano passara semanas capiongo, fantasiando vinganças, vendo a criação definhar na catinga torrada. Se a seca chegasse, ele abandonaria mulher e filhos, coseria a facadas o soldado amarelo, depois mataria o juiz, o promotor e o delegado. Estivera uns dias assim murcho, pensando na seca e roendo a humilhação. Mas a trovoada roncara, viera a cheia, e agora as goteiras pingavam, o vento entrava pelos buracos das paredes. Fabiano estava contente e esfregava as mãos. Como o frio era grande, aproximou-as das labaredas.") ".



Capitulo IV – Sinhá Vitória.

Estava Sinhá Vitória "Acocorada junto às pedras que serviam de trempe, (...) soprava o fogo. (...)Uma chuva de faíscas mergulhou num banho luminoso a cachorra Baleia, (...) Baleia despertou, retirou-se prudentemente, receosa de sapecar o pêlo, e ficou observando maravilhada as estrelinhas vermelhas que se apagavam antes de tocar o chão. Aprovou com um movimento de cauda aquele fenômeno e desejou expressar a sua admiração à dona. Chegou-se a ela em saltos curtos, ofegando, ergueu-se nas pernas traseiras, imitando gente. Mas Sinhá Vitória não queria saber de elogios: - Arreda! Deu um pontapé na cachorra, que se afastou humilhada e com sentimentos revolucionários."
" Pensou de novo na cama de varas e mentalmente xingou Fabiano. Dormiam naquilo, tinham-se acostumado, mas seria mais agradável dormirem numa cama de lastro de couro, como outras pessoas. Poderiam adquirir o móvel necessário economizando na roupa e no querosene. Sinhá Vitória respondera que isso era impossível, porque eles vestiam mal, as crianças andavam nuas, e recolhiam-se todos ao anoitecer. Para bem dizer, não se acendiam candeeiros na casa. (...) Como não se entendessem, Sinhá Vitória aludira, bastante azeda, ao dinheiro gasto pelo marido na feira, com jogo e cachaça. Ressentido, Fabiano condenara os sapatos de verniz que ela usava nas festas, caros e inúteis. Calcada naquilo, trôpega, mexia-se //// como um papagaio, ///// era ridícula. (...) Olhou de novo os pés espalmados. Efetivamente não se acostumava a calçar sapatos, mas o remoque de Fabiano molestara-a. Pés de papagaio. (...) Olhou os pés novamente. Pobre do louro. Na beira do rio matara-o por necessidade, para sustento da família. (...) foi ao quintalzinho regar os craveiros e as panelas de losna. E botou os filhos para dentro de casa, que tinham barro até nas meninas dos olhos. Repreendeu-os: - Safadinhos! porcos! sujos como... Deteve-se. Ia dizer que eles estavam sujos como papagaios. (...) Fabiano roncava com segurança. Provavelmente não havia perigo, a seca devia estar longe."

27 comentários:

  1. CEPROG
    Rosangela magalhães dos santos
    SÉRIE:3anoC


    VIDAS SECAS

    O livro Vidas Secas é uma das grandes obras do escritor Graciliano Ramos. O livro retrata fielmente a realidade brasileira não só da época em que foi escrito, mas também dos dias de hoje. Aborda temas como a injustiça social, miséria, fome, desigualdade e seca, o que se arremete a idéia de que o homem se animalizou sob condições sub-humanas de sobrevivência.
    Em vidas secas,o autor se mostra mais humano,sentimental e compreensivo, acompanhando o pobre vaqueiro Fabiano e sua família com simpatia e uma compaixão indisfarçavéis.Além de ser o mais humano e comovente dos livros de ficção de Graciliano Ramos,vidas secas é o que contém maior sentimento da terra nordestina,daquela parte que é áspera,dura e cruel,sem deixar de ser amada pelos que ela estão ligados teluricamente.O que impulsiona os seres desta novela,o que lhes marca a fisionomia e os caracteres,é o fenômeno da seca.
    Vidas secas representa ainda uma evolução na obra de Graciliano Ramos quanto ao estilo e a qualidade estritamente literária.

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  2. CEPROG
    ALUNA:FLÁVIA TOLENTINO NOSSA
    ANO:3°C
    PROF°:RAIMAR
    VIDAS SECAS
    Vidas Secas é o último romance de Graciliano Ramos e a única experiência do autor com foco narrativo na terceira pessoa. A obra é constituída em forma de espiral, cujo início fechado ("Mudança", cap 1) abre-se no final, com o último capítulo ("Fuga") conduzindo os personagens para um destino inusitado, mas que mantém o elo da desdita, da miséria, da fome e da pobreza.

    Entre os dois capítulos-limites são constituídos 11 quadros que, aparentemente, nada têm em comum a não ser os personagens e a paisagem.

    Um tênue fio narrativo faz o leitor conhecer a história de uma família de retirantes nordestinos que foge da seca, encontra período de passageira estabilidade e parte novamente em retirada quando as chuvas deixam de cair, prenunciando um novo período de seca. A economia (de estilo, de linguagem, de vida e de cenário) pode ser destacada como a característica básica do volume

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  3. CEPROG
    ALUNA:FLÁVIA TOLENTINO NOSSA
    ANO:3°C
    PROF:RAIMAR
    VIDAS SECAS
    Vidas Secas é o último romance de Graciliano Ramos e a única experiência do autor com foco narrativo na terceira pessoa. A obra é constituída em forma de espiral, cujo início fechado ("Mudança", cap 1) abre-se no final, com o último capítulo ("Fuga") conduzindo os personagens para um destino inusitado, mas que mantém o elo da desdita, da miséria, da fome e da pobreza.

    Entre os dois capítulos-limites são constituídos 11 quadros que, aparentemente, nada têm em comum a não ser os personagens e a paisagem.

    Um tênue fio narrativo faz o leitor conhecer a história de uma família de retirantes nordestinos que foge da seca, encontra período de passageira estabilidade e parte novamente em retirada quando as chuvas deixam de cair, prenunciando um novo período de seca. A economia (de estilo, de linguagem, de vida e de cenário) pode ser destacada como a característica básica do livro

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  5. CEPROG
    ALUNO:LION WEMBLEY RALABE DE BRITO PEREIRA
    ANO:3°C
    PROF:RAYMAR
    VIDAS SECAS
    Vidas secas foi o quarto e último romance de Graciliano Ramos, um dos maiores escritores brasileiros. Sua primeira edição é de 1938. É a história de uma família de retirantes e tem início com a marcha pela caatinga, ao sol. Fabiano (o pai) pensa em largar o menino mais velho que caiu, faminto, sem mais forças. Sinhá Vitória (a mãe) diz que não estão longe e o marido bota o filho no cangote, prossegue. A cachorra Baleia vai na frente, esquelética, mas inteira. Na véspera, tinham comido o papagaio. Adiante, param numa fazenda abandonada, Baleia caça um preá, Fabiano arranca água salobra para cozinhá-lo e acha que vai chover: sonha com a salvação, a vida boa. E chove mesmo, retorna o dono do lugar, Fabiano trabalha como vaqueiro, a família se mantém. Ele pensa no velho Tomás da bolandeira que lia, sabia das coisas mas também afundou, e na educação dos meninos. Vai à cidade comprar farinha, sal, feijão e rapadura, além de querosene e um corte de chita para a mulher, mas joga com um soldado de polícia, bebe, é humilhado, vai parar na cadeia, apanha de facão e, no cárcere, cisma nisso tudo, na miséria, na injustiça. Sinhá Vitória, em casa, também cisma: no horror à seca, em economias mínimas para comprar uma cama forrada de couro, na caçoada de Fabiano sobre seu sapato de festa, com que ela, como ele disse, ficava andando como um papagaio. O menino mais novo vê o pai amansando égua, trajado de couro, as esporas tilintando, e admira-o extasiado, quer imitá-lo em cima dum bode, despenca, sonha em ter periquitos, ficar grande, ser como o pai, fazer bonito para o irmão e a Baleia. Já o menino mais velho ouviu a sinhá Terta, rezadeira, falar em inferno, quer saber o que é, em vão pergunta ao pai, à mãe: esta lhe fala em espetos, fogueira, se chateia, lhe dá um cascudo. Ele sai, fica à sombra das catingueiras, chora, Baleia procura distraí-lo. O menino conversa com a cachorra, lhe fala das coisas boas e das coisas ruins, para saber o que é inferno. Sabe raras palavras, faz gestos, imitações com a boca, pensa nos tempos da caminhada, no chão lhe queimando os pés – seria o inferno? O que chega é o “inverno”, a chuva, a enchente e, à noite, feliz, junto do fogo, Fabiano conta lorotas, Sinhá Vitória o ouve, os meninos também, seguindo os clarões e sombras de suas mãos. Vem o Natal, todos vão à festa na cidade, de roupa nova, desengonçados. Aos trancos e barrancos, chegam à igreja, se admiram com as luzes, as pessoas. Depois os meninos andam no carrossel, mas Fabiano bebe, desafia o mundo, até arrancar as botinas, parte da roupa, e dormir no meio da rua. A mulher se agacha, pita o cachimbo, olha a praça, os foguetes, ouve um realejo, se lembra da impossível cama nova. Os meninos se fascinam com tanta coisa, suas palavras. Mais tarde, Baleia adoece, fica mal, Fabiano pensa que é raiva, resolve sacrificá-la, lhe atira com a espingarda de perderneira, só acerta atrás, a cachorra morre aos poucos, vendo um mundo cheio de preás. No dia de paga do patrão, Fabiano acha que foi roubado, roda, matuta, não consegue dormir e, de volta para a casa, encontra o soldado amarelo, pensa em matá-lo, sofre, acaba deixando-o passar. Vieram as arribações, o vaqueiro matou muitas, se vingou nelas do clima, da polícia. E veio a seca de novo, os bichos começaram a morrer, a família juntou os trastes e saiu de novo para o mundo, sob o sol e os urubus, sonhando com uma cidade movimentada, com trabalho, fartura.

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  6. CENTRO EDUCACIONAL PROFESSOR RÔMULO GALVÃO
    Aluna: Michelle Felizarda Santana
    Série: 3° Turma: C

    VIDAS SECAS

    A história começa com a fuga de uma família nordestina fugindo da seca do sertão. Fabiano, o pai da família, é um vaqueiro com dificuldade de se expressar. Não tem aspirações nem esperanças de vida. Sinhá Vitória é a mãe, é mais "madura" do que seu marido Fabiano, também não se conforma com sua situação miserável, e sonha com uma cama de ouro como a de Tomás de Bolandeira. Os dois filhos e a cadela Baleia acabam por concluir essa família.

    O menino mais novo sonha ser como o pai, já o mais velho desejava a presença de um amigo, conformando-se assim com a presença de sua cadela Baleia, a qual portava-se não como um animal, mas sim tratada com um ente e ajudava Fabiano e sua família a suportar as péssimas condições.

    Depois de muito caminhar a família chega a uma fazenda abandonada, onde acabam ficando. Após de um curto período de chuva o dono da fazenda retorna e contrata Fabiano como seu vaqueiro.

    Fabiano vai a venda comprar mantimentos e lá se põem a beber. Aparece um policial que Fabiano chama de Soldado Amarelo, que o convida para jogar baralho com os outros. O jogo acontece e numa desavença com o Soldado Amarelo, Fabiano é preso maltratado e humilhado, aumentando assim sua insatisfação com o mundo e com sua própria condição de homem selvagem do campo.

    Fabiano é solto e continuando assim sua vida na fazenda. Sinhá Vitória desconfia que o patrão de Fabiano estaria roubando nas contas do salário do marido. A família participa da festa de Natal da cidade onde se sentem humilhados por diversos "patrões" e "Soldados Amarelos". Baleia fica doente e Fabiano a sacrifica.

    Não satisfeito e sentindo-se prejudicado com o patrão, Fabiano resolve conversar com seu patrão, este que ameaça despejar Fabiano da fazenda. Fabiano tenta esquecer o assunto e acaba ficando muito indignado. Na voltada venda Fabiano encontra o Soldado Amarelo perdido no mato. Fabiano pensa em matar o Soldado Amarelo, porém sentindo-se fraco e impossibilitado, acaba ajudando o soldado a voltar para a cidade.

    A seca atinge a fazenda e faz com que toda a família fuja novamente, só que desta vez, todos vão para o Sul, em busca da cidade grande, sem destino e sem esperança de vida.

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  7. Segunda geração (1930-1945)
    Estendendo-se de 1930 a 1945, a segunda fase foi rica na produção poética e, também, na prosa. O universo temático amplia-se com a preocupação dos artistas com o destino do Homem e no estar-no-mundo. Ao contrário da sua antecessora, foi construtiva.
    Não sendo uma sucessão brusca, a poesia da geração de 22 e 30 foram contemporâneas. A maioria dos poetas de 30 absorveram experiências de 22, como a liberdade temática, o gosto da expressão atualizada ou inventiva, o verso livre e o antiacademicismo. Portanto, ela não precisou ser tão combativa quanto a de 22, devido ao encontro de uma linguagem poética modernista já estruturada. Passara, então, a aprimorá-la, prosseguindo a tarefa de purificação de meios e formas direcionando e ampliando a temática da inquietação filosófica e religiosa, com Vinícius de Moraes, Jorge de Lima, Augusto Frederico Schmidt, Murilo Mendes, Carlos Drummond de Andrade.
    A prosa, por sua vez, alargava a sua área de interesse ao incluir preocupações novas de ordem política, social, econômica, humana e espiritual. A piada foi sucedida pela gravidade de espírito, a seriedade da alma, propósitos e meios. Essa geração foi grave, assumindo uma postura séria em relação ao mundo, por cujas dores, considerava-se responsável. Também caracterizou o romance dessa época, o encontro do autor com seu povo, havendo uma busca do homem brasileiro em diversas regiões, tornando o regionalismo importante. A Bagaceira, de José Américo de Almeida, foi o primeiro romance nordestino.
    Rachel de Queiroz, Jorge Amado, José Lins do Rego, Érico Verissimo, Graciliano Ramos e outros escritores criaram um estilo novo, completamente moderno, totalmente liberto da linguagem tradicional, nos quais puderam incorporar a real linguagem regional, as gírias locais.
    O humor quase piadístico de Drummond receberia influências de Mário e Oswald de Andrade. Vinícius, Cecília, Jorge de Lima e Murilo Mendes apresentaram certo espiritualismo que vinha do livro de Mário Há uma Gota de Sangue em Cada Poema (1917).
    A consciência crítica
    Mais do que tudo, os escritores da segunda geração consolidaram em suas obras questões sociais bastante graves: a desigualdade social, a vida cruel dos retirantes, os resquícios de escravidão, o coronelismo, apoiado na posse das terras - todos problemas sociopolíticos que se sobreporiam ao lado pitoresco das várias regiões retratadas.

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  8. CENTRO EDUCACIONAL PROFESSOR RÔMULO GALVÃO
    SERIE: 3° C
    ALUNAS: MICHELLE E MIRIAM PEREIRA

    Autores da segunda geranão modernista

    Na poesia

    * Augusto Frederico Schmidt (1906-1965)
    * Carlos Drummond de Andrade (1902-1987)
    * Cecília Meireles (1901-1964)
    * Jorge de Lima (1895-1953)
    * Mário Quintana (1906-1994)
    * Murilo Mendes (1901-1975)
    * Vinícius de Moraes (1913-1982)

    Na prosa

    * Álvaro Lins (1912-1970)
    * Cornélio Pena (1896-1958)
    * Cyro dos Anjos (1906-1994)
    * Érico Veríssimo (1905-1975)
    * Graciliano Ramos (1892-1953)
    * Herberto Sales (1917-1999)
    * Jorge Amado (1912-2001)
    * José Américo de Almeida (1887-1957)
    * José Geraldo Vieira (1897-1977)
    * José Lins do Rego (1901-1957)
    * Lúcio Cardoso (1913-1968)
    * Marques Rebelo (1907-1973)
    * Octávio de Faria (1908-1980)
    * Patrícia Galvão (1910-1962)
    * Rachel de Queiroz (1910-2003)

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  9. CENTRO EDUCACIONAL PROFESSOR RÔMULO GALVÃO
    SERIE: 3° C
    ALUNAS: MICHELLE E MIRIAM PEREIRA

    Terceira geração (1945-1978)

    Com a transformação do cenário sócio-político do Brasil, a literatura também transformou-se. O fim da Era Vargas, a ascensão e queda do Populismo, a Ditadura Militar, e o contexto da Guerra Fria, foram, portanto, de grande influência na Terceira Fase.

    Na prosa, tanto no romance quanto no conto, houve a busca de uma literatura intimista, de sondagem psicológica e introspectiva, tendo como destaque Clarice Lispector. O regionalismo, ao mesmo tempo, ganha uma nova dimensão com a recriação dos costumes e da fala sertaneja com Guimarães Rosa, penetrando fundo na psicologia do jagunço do Brasil central. A pesquisa da linguagem foi um traço caraterísticos dos autores citados, sendo eles chamados de instrumentalistas.

    A geração de 45 surge com poetas opositores das conquistas e inovações modernistas de 22. A nova proposta, inicialmente, é defendida pela revista Orfeu em 1947. Negando a liberdade formal, as ironias, as sátiras e outras características modernistas, os poetas de 45 buscaram uma poesia mais “equilibrada e séria”, tendo como modelos os Parnasianos e Simbolistas. No fim dos anos 40, surge um poeta singular, não estando filiado esteticamente a nenhuma tendência: João Cabral de Melo Neto

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  10. CENTRO EDUCACIONAL PROFESSOR RÔMULO GALVÃO
    SERIE: 3° C
    ALUNAS: MICHELLE E MIRIAM PEREIRA

    Principais Autores da terceira geração modernista

    * Antonio Olinto (1919-2009)
    * Ariano Suassuna (1927-)
    * Clarice Lispector (1920-1977)
    * Domingos Carvalho da Silva
    * Elisa Lispector (1911-1989)
    * Ferreira Gullar (1930- )
    * Geraldo Vidigal (1921)
    * Guimarães Rosa (1908-1967)
    * João Cabral de Melo Neto (1920-1999)
    * Mauro Mota (1911-1984)
    * Nelson Rodrigues (1912-1990)

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  11. Ceprog
    Discente: Elisangela Viana Costa
    Docente :Raimar Leite
    Série: 3°”B” Matutino
    Assunto: Síntese “Vidas Secas

    Graciliano Ramos:
    Foi nomeado direto da instrução pública de Alagoas em 1933, 3 anos depois foi demitido e preso acusado de subversão comunista. Em 1945 já considerado nosso maior romancista depois de Machado de Assis entrou no partido comunista brasileiro. Em 1955 elegeu-se presidente da associação brasileira de escritores e no ano seguinte visitou a Rússia e os países socialistas,experiências que relatou na obra Viagem.Faleceu no Rio de Janeiro.
    Graciliano é uma unanimidade em nosso pais e também fora dele quando a mestria de sua obra múltipla e ímpar, nos caminhos que trilhou. Outros aspectos no qual se debruçou de maneira irrepetível é a discussão do papel do escritor num degradado e sem sentido intera a violência e a brutalização.
    Principais Obras:
    Vidas Secas, Caetés (1933).Angustia (1936), historia de Alexandre (1944), dois dedos (1945) histórias incompletas (1946), Insônia(1947), Histórias Verdadeiras (1951). Alem de livros publicados postumamente, entre os quais histórias agrestes (1960), Alexandre e outros heróis (1962), linhas tortas (1962), Viventes de Alagoas (1962).
    Comentário de Vidas Secas :
    “O narrador não quer identificar-se com o personagem, e por isso há na sua voz uma certa objetividade de relatar. Mas que fazer as vezes do personagem, de modo que, sem pedir a própria identidade, sugere a dele. È como se o narrador fosse, não um interprete mimético, mas alguém que institui a humanidade de seres que a sociedade põe a margem, empurrando-os para a fronteira da animalidade .Aqui a animalidade reage e penetra pelo universo reservado, em geral, ao adulto civilizado”.

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  12. CEPROG
    yáskara leal...
    3°B matutino
    Vidas secas
    vidas secas é uma maravilhosa literatura, onde destaca o cotidiano do povo brasileiro. em especial o povo nordestino, aborda tb o modernismo, e descreve a narrativa de pessoas q fogem da seca em busca de dias melhores,nessa literatura o autor aborda q o vidas secas tem um desejo enorme de mudança por dias melhores.a narrativa descreve o trabalho "escravo" Onde o proprietário chega e explora o trabalho de Fabiano, essa literatura nos faz "viajar" por horizontes, onde o imaginário nos mostra a triste realidade do povo brasileiro, em especial á do nordestino.

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  14. Os abalos sofridos pelo povo brasileiro em torno dos acontecimentos de 1930, a crise econômica provocada pela quebra da bolsa de valores de Nova Iorque, a crise cafeeira, a Revolução de 1930, o acelerado declínio do nordeste condicionaram um novo estilo ficcional, notadamente mais adulto, mais amadurecido, mais moderno que se marcaria pela rudeza, por uma linguagem mais brasileira, por um enfoque direto dos fatos, por uma retomada do naturalismo, principalmente no plano da narrativa documental, temos também o romance nordestino, liberdade temática e rigor estilístico.

    Os romancistas de 30 caracterizavam-se por adotarem visão crítica das relações sociais, regionalismo ressaltando o homem hostilizado pelo ambiente, pela terra, cidade, o homem devorado pelos problemas que o meio lhe impõe.

    Graciliano estreou em 1933 com "Caetés", mas é São Berdado, verdadeira obra prima da literatura brasileira. Depois vieram "Angustia" (1936) e Vidas Secas (1938) inspirando-se em Machado de Assis.

    Podemos justificar isto com passagens do texto:
    "Os infelizes tinham caminhado o dia inteiro, estavam cansados e famintos."
    "A caatinga estendia-se de um vermelho indeciso salpicado de manchas brancas que eram ossadas"
    "Resolvera de supetão aproveitá-lo (papagaio) como alimento..."
    "Miudinhos, perdidos no deserto queimado, os fugitivos agarraram-se, somaram as suas desgraças e os seus pavores".

    Esse livro retrata fielmente a realidade brasileira não só da época em que o livro foi escrito, mas como nos dias de hoje tais como injustiça social, miséria, fome, desigualdade, seca, o que nos remete a idéia de que o homem se animalizou sob condições sub-humanas de sobrevivência.

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  15. Centro Educacional ProºRomulo Galvao
    Discente:ieda silva costa
    Serie:3ºB

    Graciliano Ramos considerando o maior
    reprsentante da geraçao neo-realista nordestina.Graciliano Ramos nasceu em Quebrangulho,Alagoas.Foi o primogênito de um casal sertanejo de classe media que teve quinze filhos.Autodidata em literatura,elegeu-se prefeito da cidade de palmeira dos índios.
    Graciliano Ramos é uma unaniminidade em nosso país e também fora dele,quando a mestia de sua obra ,multipla é impar nos caminhos que trilhou.E por outros motivos tornou-se um reconhecido modelo de conduta artistica e humana no qual se espelham todos aqueles que buscam por meio de palavras "corrigir" a iniguidade que tornam a realidade menos legivel que a arte.

    COMENTARIO:VIDAS SECAS

    No fragmento fala que as pessías condiçoes climaticas e a opressao social fazem com que as personagens de vidas secas-Fabiano,Sinhá Vitória,os filhos de baleia a cachorrinha que age.pensa e sente como gente-assim comprtem -se como seres encomunicáveis nao apenas em relaçao sa pessoas da cidade,mais também relaçao a sí proprias.Assim o narrador relativizando a sua condiçao de bichos,de brutos desvenda-lhes a humanidade submersa ,reiventa o mundo interior de cada uma delas.

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  16. CEPROG
    ALUNA:MAIANE VIANA COSTA
    SERIE:3º TURM:Bº

    O Romance Vidas Secas, de Graciliano Ramos, é uma obra através da qual é retratada a realidade de inúmeras pessoas, vítimas do descaso social e da exploração humana. A obra procura denunciar a injustiça praticada pelos que assumem o poder. O fiscal simboliza a extorção acometida aos pequenos comerciantes; o Soldado amarelo representa a corrupção policia, evidenciada na prisão arbitrária de Fabiano; O dono da fazenda abandonada é o símbolo do patrão injusto, desumano e medíocre, que suga os funcionários a todo momento, sem nenhum senso de solidariedade e respeito para com o ser humano. Fabiano e sua família são retrato de muitos retirantes que vivem sem nenhuma proteção e sem o reconhecimento de que também são seres humanos. Por isso. Pode-se dizer que Vidas Secas é uma obra que tenta sensibilizar o leitor para as causas sociais, utilizando como instrumento a palavra escrita. Ler Vidas Secas é conhecer um pouco do sertão nordestino e conviver com Fabiano e sua família, questionando o porquê de tanta injustiça social, pois na mesma situação, encontram-se muitos Fabianos e Sinhas Vitórias em busca do mínimo que um ser humano pode querer: que é viver.
    OBRAS
    Memórias: Romances: Literatura Infantil: Conto:
    Infância (1945) Caetés (1933) Histórias de Alexandre (1944) Insônia (1947)
    Memórias do Cárcere (1953) Angústia (1936) Dois Dedos (1945)
    Viagem (1954) São Bernardo (1938) Histórias Incompletas (1946)
    Linhas Tortas (crônicas, 1962) Vidas Secas (1938)
    Viventes das Alagoas (1962)

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  17. CEPROG
    ALUNO:wagner alexandre
    SERIE:3º TURMA:B

    Vidas Secas é o último romance de Graciliano Ramos e a única
    experiência do autor com foco narrativo na terceira pessoa.
    Um tênue fio narrativo faz o leitor conhecer a história de uma
    família de retirantes nordestinos que foge da seca, encontra
    período de passageira estabilidade e parte novamente em
    retirada quando as chuvas deixam de cair, prenunciando um
    novo período de seca. A economia (de estilo, de linguagem,
    de vida e de cenário) pode ser destacada como a característica
    básica da narrativa.
    A arquitetura “fragmentária” de Vidas Secas obedece a uma
    exigência interna de seu criador. Através de episódios
    justapostos, o leitor tem uma visão desconexa da realidade
    apresentada pelo romancista, idêntica à percepção que as
    personagens têm do mundo que as cerca

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  18. CEPROG
    Aluno: Felipe Rios
    Prof: Raimar Leite
    Assunto: Síntese 2ª Geração Modernista
    e 3ª Geração Modernista



    2ª Geração Modernista


    • Em 1926, ocorre um congresso em Recife e nele se encontram escritores do Nordeste; estes se dispõem, aos poucos, a fazer uma prosa regional consistente e participativa;
    • A data de 1930 é marcante porque consolida a renovação do gênero romance no Brasil, ou seja, traz novos rumos à prosa;
    • Esta nova literatura em prosa será antifascista e anticapitalista, extremamente vigorosa e crítica;
    • De todos os nomes para essa época, o melhor parece ser o do título deste artigo. Por quê? Porque os romances de Rachel de Queiroz, Jorge Amado, José Lins do Rego, Érico Veríssimo, Graciliano Ramos e outros escritores criaram um estilo novo, completamente moderno;
    • A adesão ao socialismo impôs aos escritores da época, às vezes de forma radical, fórmulas de compreensão do homem em sociedade;
    • Os romancistas, imbuídos do sentimento de missão política, queriam mostrar as tensões que transformavam ou destruíam os homens;
    • Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade, Mário e Oswald de Andrade, Cecília Meireles, Cassiano Ricardo, Murilo Mendes e outros poetas continuavam sua longa carreira lírica modernista;


    3ª Geração Modernista

    • A data é fundamental para o mundo todo porque corresponde ao término da Segunda Guerra Mundial (1939-1945);
    • Além desse fato, uma nova Constituição, a de 1946, estabelecia pactos sociais novos, tidos como modernizantes e mais justos para o país. Ou seja, o Brasil se modernizava;
    • Poetas, prosadores e artistas em geral, ajustando-se ao mundo pós-guerra, já tinham total liberdade de usar as formas que quisessem e a temática que lhes parecesse mais adequada para interpretar a vida e o nosso país;
    • No Brasil, a essa geração de escritores dá-se o nome de 3ª geração modernista. Esse início da segunda metade do século 20 tem um momento cultural muito rico, pois as produções literárias, marcadas por todas essas novidades, diversificavam-se; acabava o predomínio da poesia da 1ª geração ou da prosa (2ª geração);
    • Excelente momento esse, pois ao mesmo tempo em que a prosa (romance, conto) buscava caminhos para prosseguir, renovando brilhantemente as técnicas de expressão;

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  19. CENTRO EDUCACIONAL PROFESSOR RÔMULO GALVÃO
    SÉRIE: 3ºA
    ALUNOS: FELIPE SANTOS, ADELINO PARDIM, LUCIMAR SILVA,MARCO AURÉLIO.
    TURNO: MATUTINO

    A SEGUNDA GERAÇÃO MODERNISTA: PROSA


    A prosa da 2ª fase modernista caracteriza-se peloregionalismo,
    pela relação do homem com o meio em que vive.

    A Literatura Brasileira já apresentava uma tendência regionalista. Desde o Romantismo, a busca de traços particulares da realidade brasileira já estava presente em algumas obras, entretanto, neste período, a partir das conquistas da primeira fase modernista e das idéias socialistas, os autores dão um novo tom a esse regionalismo. O livroA
    bagaceirade José Américo é considerado o primeiro romance

    regionalista do Modernismo. Mas seu valor deve-se mais à temática histórica da seca, dos retirantes e ao aspecto social do que aos aspectos literários.
    Os Principais Autores Literarios São :

    PROSA:

    * Raquel de Queirós
    * Graciliano Ramos
    * Jorge Amado
    * Érico Veríssimo
    * José Lins do Rego

    Quase todos esses autores voltaram-se basicamente para os temas doNordeste, comoa seca,o cangaço eo ciclo açucareiro. Com exceção deÉrico Veríssimo que apresentou uma obra voltada para as relações do homem e a paisagem doSul do Brasil.

    Raquel de Queirósf oi a primeira mulher a se “eleger imortal” na Academia
    Brasileira de Letras. Suas obras regionalistas destacam-se pela reflexão sobre a figura
    feminina numa sociedade patriarcal.

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  20. Analisando a historia de vida seca ;

    LINGUAGEM: Economia de vocabulário, economizando nos adjetivos e advérbio.

    A OBRA - O livro faz um retrato da dura existência no sertão nordestino, em que bichos e homens são igualados na tentativa de sobreviver às agruras da seca. A família de Fabiano tem que enfrentar
    a realidade do sertanejo, não somente dos desafios advindos de uma
    natureza inóspita, mas também a exclusão da sociedade, incapaz de garantir uma vida boa.

    A obra se caracteriza pela constituição de um amplo painel sobre as
    relações humanas e das pessoas inseridas em um ambiente hostil, que fustiga o corpo e mente, levando o homem aos seus limites na busca pela sobrevivência, agravada pela inexistência da atuação estatal, aumentando o sentimento de exclusão do nordestino.

    Nesse sentido, Vidas Secas se caracteriza como um documento atinente à vida do sertanejo, expondo conflitos internos que levam o ser humano a encontrar na sua resistência o único fator para garantir sua subsistência, num ambiente pouco propício a essa condição, como também ao abandono do Estado.

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  21. Vidas Secas é uma obra de ficção, como todos os livros de Graciliano Ramos, tem traços bibliográficos, ou seja, traz um pouco de sua vida vivida na região nordeste do país. A famíliapelo sertão em busca de comida, água, dignidade e pela própria vida, mostra um lado do país que na época não era muito veiculado. A miséria, a falta de condições mínimas de sobrevivência até parece que estamos falando realmente de uma obra de ficção. Infelizmente isso não mudou. No nordeste ainda temos períodos de grande seca e outros de grande inundação. Há ainda o descaso político e social e a imigração, principalmente para o estado de São Paulo a procura de trabalho, comida, saúde e sobrevivência.

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  22. Ceprog
    Katia Silva Oliveira.


    A obra de Graciliano pode ser considerada um marco para a literatura brasileira, em especial o Modernismo Brasileiro, visto que há a implícita (e, em alguns casos, até explícita) crítica social a toda pobreza no sertão nordestino, que atinge uma boa parcela da população, e que, de fato, acaba por prejudicar todo o país, impedindo maiores desenvolvimentos. Há a tentativa, portanto, de se mostrar a desarticulação dessa região com o resto do país (um Brasil pobre dentro de todo o Brasil).

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  23. Ceprog
    Katia Silva Oliveira

    O Romance Vidas Secas, de Graciliano Ramos, é uma obra através da qual é retratada a realidade de inúmeras pessoas, vítimas do descaso social e da exploração humana. A obra procura denunciar a injustiça praticada pelos que assumem o poder. O fiscal simboliza a extorção acometida aos pequenos comerciantes; o Soldado amarelo representa a corrupção policia, evidenciada na prisão arbitrária de Fabiano; O dono da fazenda abandonada é o símbolo do patrão injusto, desumano e medíocre, que suga os funcionários a todo momento, sem nenhum senso de solidariedade e respeito para com o ser humano. Fabiano e sua família são retrato de muitos retirantes que vivem sem nenhuma proteção e sem o reconhecimento de que também são seres humanos. Por isso. Pode-se dizer que Vidas Secas é uma obra que tenta sensibilizar o leitor para as causas sociais, utilizando como instrumento a palavra escrita. Ler Vidas Secas é conhecer um pouco do sertão nordestino e conviver com Fabiano e sua família, questionando o porquê de tanta injustiça social, pois na mesma situação, encontram-se muitos Fabianos e Sinhas Vitórias em busca do mínimo que um ser humano pode querer: que é viver.

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  24. Érica Tor4 3ºano A

    Vidas Secas

    Esse livro retrata a realidade brasileira não só da época em que o livro foi escrito, mas também a realidade vivenciada hoje, como injustiça social, miséria, fome, desigualdade, seca, o que nos remete a idéia de que o homem se animalizou sob condições sub-humanas de sobrevivência

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  25. ceprog
    serie:3A
    aluno:Ivan Nascimento Coreiro Junior

    É uma obra através da qual é retratada a realidade de inúmeras pessoas, vítimas do descaso social e da exploração humana.
    É a história de uma família de retirantes e tem início com a marcha pela caatinga, ao sol. Fabiano (o pai) pensa em largar o menino mais velho que caiu faminto, sem mais forças. Sinhá Vitória (a mãe) diz que não estão longe e o marido bota o filho no cangote, prossegue. Outros aspectos no qual se debruçou de maneira ir repetível é a discussão do papel do escritor num degradado e sem sentido intera a violência e a brutalizarão.

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  26. CEPROG
    3º ANO C
    DISCENTE:Sandra Pereira

    Vidas Secas

    O Romance Vidas Secas, de Graciliano Ramos, é uma obra através da qual é retratada a realidade de inúmeras pessoas, vítimas do descaso social e da exploração humana. A obra procura denunciar a injustiça praticada pelos que assumem o poder. O fiscal simboliza a extorção acometida aos pequenos comerciantes; o Soldado amarelo representa a corrupção policia, evidenciada na prisão arbitrária de Fabiano; O dono da fazenda abandonada é o símbolo do patrão injusto, desumano e medíocre, que suga os funcionários a todo momento, sem nenhum senso de solidariedade e respeito para com o ser humano. Fabiano e sua família são retrato de muitos retirantes que vivem sem nenhuma proteção e sem o reconhecimento de que também são seres humanos. Por isso. Pode-se dizer que Vidas Secas é uma obra que tenta sensibilizar o leitor para as causas sociais, utilizando como instrumento a palavra escrita. Ler Vidas Secas é conhecer um pouco do sertão nordestino e conviver com Fabiano e sua família, questionando o porquê de tanta injustiça social, pois na mesma situação, encontram-se muitos Fabianos e Sinhas Vitórias em busca do mínimo que um ser humano pode querer: que é viver.
    comentário
    Obra belíssima de Graciliano Ramos, Vidas Secas,que merece ser conhecida por todos.Com sua linguagem,contexto rico,que remete a vida cotidiana do nordestino brasileiro.

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